Algumas pessoas as vezes perguntam: por que és psicóloga?
Minha resposta não é: ah, porque sempre quis ser psicóloga. Até porque por muitos anos da minha vida eu nem sabia que essa profissão existia e mesmo quando a conheci, conheci só uma parte bem pequena dela.
Meu primeiro contato mais significativo foi quando eu estava no Ensino Médio, cursando Curso Normal (Magistério). Estava em casa, em um sábado a tarde, conversando pelo MSN (desculpe os mais novos se não souberem o que é isso, hehehe) e uma das pessoas que eu estava conversando, uma amiga que conheci na escola, começou a ter um ataque de pânico.
Ela estava na aula de informática que ficava próximo da minha casa. Eu não sabia o que ela tinha, não sabia como ajudar, mas fui até o local que ela estava e fiquei ali, em silêncio, esperando junto com ela o pai dela chegar para levá-la embora.
Lembro que me senti impotente por não entender o que estava acontecendo e por não saber como ajudar e foi aí que procurei uma psicóloga, colega de trabalho da minha mãe, para perguntar a ela como poderia ajudar minha amiga.
Hoje, com mais de 60 anos de regulamentação da Psicologia no Brasil, fico pensando em quão maravilhosa essa profissão é, o quanto trouxe para mim como pessoa, como consulente, como acadêmica, como profissional.
Meu desejo é que outras pessoas tenham o privilégio de conhecer um pouco mais sobre a Psicologia, sobre o que ela tem para oferecer. A Psicologia Clínica é muito mais do que acontece durante o atendimento, ela ultrapassa o espaço de quatro paredes e chega a lugares íntimos e as vezes até desconhecidos, permitindo o auto conhecimento e a possibilidade real de escolha a partir da tomada de consciência, do se dar conta, do contato com quem se é e com o que se deseja.