Alguns anos atrás ouvi uma frase que me chamou muito a atenção: "Antes de aprender a escrever é preciso aprender a segurar o lápis."
Essa é uma premissa óbvia do ponto de vista racional quando paramos para pensar, mas na prática, será que pensamos sobre isso?
Por exemplo, seguindo a ideia da escrita, quantas etapas são necessárias para que ela se efetive? Reconhecer as letras, segurar o lápis, fase pré-silábica, silábica, silábica-alfabético...
Como seria para você ver as letras "KVL" referindo-se a "cavalo"? Está escrito certo? Depende. Do ponto de vista ortográfico está errado, mas se pensarmos no processo de aprendizagem da escrita é um grande avanço. Então, deste ponto de vista, não é um erro, é uma fase, faz parte do processo.
Percebes?
Talvez uma situação como esta, que geralmente ocorre na infância, seja fácil de aceitar o processo, afinal, já passamos por ele. Mas quando paramos para pensar na fase atual, como você lida com os seus processos de aprendizagens, sejam relacionados a sua profissão, estudos, ou até mesmo forma de ser e de se relacionar com as pessoas?
Penso agora na vida, nos processos terapêuticos, nas fases que são necessárias passarmos para alcançarmos outras fases, outros momentos, outras formas. Quantas vezes menosprezamos os processos e valorizamos apenas quando algo se conclui?
Isso é muito comum ver no relato das pessoas que atendo, a exigência por saber fazer, de ser bem sucedido, de ter uma carreira promissora, de sempre ser eficiente e eficaz. É claro que desejamos todas estas coisas, mas o que é preciso para alcançarmos nossas metas de vida? Quais são as possibilidades de vivências durante esse processo de crescimento?
Eu te respondo: as possibilidades são infinitas! Não sei como você prefere lidar no seu dia a dia, mas te conto que é muito agradável e leve pensar que estamos em um processo, em que pequenos avanços ainda são avanços, em que paradas são necessárias e nos fortalecem para um próximo passo. Afinal, "antes de aprender a escrever é preciso aprender a segurar o lápis."
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